quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Primeira carta ao Corvo

Lamenta, Corvo!
Feio, fraco, injustiçado.
Grita alto,
porque queixar-se
é melhor que ficar calado.

Não dá ouvidos a esse povo
que diz que sofrer é bravo!
Tu não sabes o que fariam
se estivessem nos teus sapatos...

Não aceita, Corvo!
Eles te querem acorrentado.
Não lhes convém que estejas sóbrio
ou que conheça-lhes os carrascos.

São todos malfeitores, Corvo.
E te chamam de diabo!
Querem que te sintas mal,
que sejas tolo e alienado.

Sei que sangras, Corvo...
E bem sei que andas soturno.
Mas não sejas como te querem:
Sempre cego, surdo e mudo.

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