quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Vou tarde


Prestes a abandonar-me,
Olhei-me e tive pena
Destes olhos magoados
Que o colírio não serena.

E por não querer furtar-lhes
A esperança que perdura,
Estendi, por mais um ano,
Minha senda de amargura.

Estes olhos aguardaram
Por onze pesados meses.
Mantendo-se otimistas,
Fecharam-se raras vezes.

Mas no décimo segundo
Minhas dores são gritantes,
E retornam as ideias
Que tive um ano antes.

Deixo-vos esta missiva
Ao fim do último dia.
Senhores, não tenham pena,
Que minha dor se alivia...

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